Grandes projectos são feitos com grandes pessoas: consulte aqui as oportunidades.

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FRESAN, IDF e ISV promovem bancos de proteínas

O FRESAN juntou-se aos Institutos de Desenvolvimento Florestal (IDF) e dos Serviços de Veterinária (ISV) para desenvolver um projecto-piloto de instalação de bancos de proteínas no Cunene, na Huíla e no Namibe, de forma a enfrentar os desafios das regiões semi-áridas do Sul de Angola.

Os bancos de proteínas são áreas manejadas com alta densidade de leguminosas arbustivas e arbóreas, concebidas para fornecer proteína suplementar aos ruminantes. A sua instalação pode variar desde a plantação de árvores dispersas ou em linhas, integrando-se nas pastagens de forma mais ou menos sistemática, com ou sem componente agrícola. No contexto da transumância no sudoeste de Angola, os bancos de proteínas podem ser estrategicamente posicionados ao longo das rotas percorridas pelos pastores, proporcionando uma fonte fiável de alimentação rica em proteína durante as jornadas dos animais; ou podem ser instalados junto às comunidades ou pastores sedentários, facilitando o uso deste alimento na manjedoura para animais que não participam na transumância, como crias ou animais doentes. Para além de melhorarem a nutrição animal, os bancos de proteínas contribuem para reduzir a pressão sobre os recursos naturais, minimizando o pastoreio abusivo e a degradação do solo. Esta abordagem promove um equilíbrio sustentável entre as necessidades dos pastores e a conservação do ecossistema local.

De 28 de Outubro a 1 de Novembro a província do Cunene acolheu uma acção de formação dedicada à implantação e uso de bancos de proteínas com leguminosas arbustivas e arbóreas. A iniciativa contou com a assistência técnica da Wonder Chapter, através de Alfredo Pereira, da Universidade de Évora, e com o apoio do perito veterinário do FRESAN, Adriano Gomes. Foram capacitados 18 técnicos do IDF, do ISV e de administrações municipais, que são agora os responsáveis por liderar a implementação do projecto-piloto nos respectivos municípios.

A formação combinou sessões teóricas e práticas nos municípios da Cahama, Cuanhama e Ombadja. Os participantes aprofundaram conhecimentos sobre as condições edafo-climáticas (relativas à influência dos solos nos seres vivos, em particular nos organismos do reino vegetal) do Sul de Angola, técnicas de implantação e manutenção dos bancos de proteínas.


No primeiro dia de trabalho de campo os técnicos visitaram a fazenda Tchissola K, na Cahama, onde observaram a utilização de espécies arbóreas e arbustivas como suplemento alimentar para os animais. A interacção com os responsáveis da fazenda permitiu compreender as práticas em uso, do pasto directo ao corte para alimentação em manjedoura, interligando assim o conhecimento teórico com a realidade do terreno.

O último dia de formação foi marcado por uma actividade prática no Canal do Cafu, município de Ombadja, onde se prevê a instalação de um banco de proteínas. Neste espaço discutiram-se aspectos fundamentais para o sucesso da iniciativa: escolha do terreno, preparação do solo, acesso à água e gestão do espaço pelos animais. Foram também simulados os espaçamentos entre as plantas, ajustados às diferentes espécies seleccionadas.

Esta sinergia entre o FRESAN, o IDF e o ISV representa mais um passo firme no desenvolvimento sustentável das regiões semi-áridas de Angola. Ao capacitar técnicos e envolver as comunidades locais, o projecto-piloto dos bancos de proteínas garante a sustentabilidade dos benefícios para a pecuária e para o meio ambiente, contribuindo para a melhoria das condições de vida das comunidades rurais do Sul de Angola.

Data: 4 de Novembro de 2024

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