Fonte: Angop (26/06/2024)
Ondjiva – O nível de implementação dos projectos do Programa de Fortalecimento da Resiliência e da Segurança Alimentar e Nutricional em Angola (FRESAN) na província do Cunene agradou à embaixadora da União Europeia em Angola, Rosário Pais.
Trata-se de acções ligadas às componentes de resiliência, agricultura familiar, nutrição e segurança alimentar, subvencionadas pelo Instituto Camões, com financiamento da União Europeia.
Falando à imprensa, no final de uma visita de avaliação do funcionamento de duas escolas de campo e um sistema de água na comuna da Mupa, município de Cuvelai, a diplomata disse que os resultados são animadores, com impacto positivo na vida das populações.
Afirmou que o programa permitiu a criação de 75 escolas de campo na província, e que dentro de dois anos os beneficiários determinarão se o investimento da União Europeia surtiu efeitos positivos na vida das comunidades.
A embaixadora ressaltou ainda o nível de organização das comunidades e da divisão de tarefas executadas pelos 84 membros das referidas escolas, bem como a planificação das quotizações da caixa de sustentabilidade das mesmas.
Informou que o FRESAN dispõe de bancos de sementes que estão a ser distribuídas de forma gratuita às comunidades camponesas, adaptáveis ao solo e clima local.
Segundo Rosário Pais, o programa tinha prazo de execução previsto para 2024, mas foi prolongado até 2025, para possibilitar a conclusão de algumas acções em curso.

Por seu turno, a presidente do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua Portuguesa, Ana Fernandes, considerou igualmente como positiva a implementação do programa, sublinhando a importância da parceria com o Governo de Angola, em prol da resiliência das famílias afectadas pelas alterações climáticas.
Disse que o programa permitiu a inserção de 16 mil agricultores nas escolas de campo, assim como 150 mil habitantes beneficiam de água potável, como resultado da construção e reabilitação de sistemas de abastecimento nas comunidades rurais.
Precisou que com a implementação das escolas de campo, os agricultores terão a possibilidade de aumentar a produção para o sustento familiar e excedente para comercialização.
“O modelo de escolas de campo vai congregar, no final do projecto, um maior número de agricultores rurais instruídos para a preparação da terra e prática do cultivo, no sentido de replicarem os conhecimentos nas suas comunidades”, sustentou.
Ana Fernandes sublinhou que o objectivo é contribuir para a segurança alimentar da região e conferir sustentabilidade, para quando terminar o projecto ser possível continuar o impacto e os resultados.

A visita ao Cunene ocorreu no quadro da realização da 9ª reunião do comité técnico do FRESAN, na qual participam os secretários de Estado para Agricultura e Pecuária, Castro Camarada, para a Saúde para Área Hospitalar, Leonardo Inocêncio, para o Planeamento, Luís Epalanga.
Participam igualmente do evento os vice-governadores para os sectores Económico, Político e Social das províncias do Cunene e Namibe, respectivamente, Apolo Ndinoulega e Abel kapitango, bem como técnicos de vários sectores.
Lançado em 2018, o FRESANn tem o valor global de 64 milhões de euros, financiados pela União Europeia, estando 48,6 milhões sob gestão do Instituto Camões.
O mesmo tem como o objectivo contribuir para a redução da fome, pobreza e vulnerabilidade à insegurança alimentar e nutricional, através do fortalecimento sustentável da agricultura familiar, nas províncias do Cunene, Huíla e Namibe. PEM/LHE/PA