A cidade de Luanda foi palco de um importante workshop que reuniu uma ampla gama de intervenientes comprometidos com a segurança alimentar e nutricional em Angola, durante dois dias no início de Fevereiro. O evento foi organizado para rever e actualizar a Segunda Estratégia Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (ENSAN II), o diploma do decreto-lei que cria o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (COSAN) no país.
Uma das principais entidades a apoiar esta iniciativa é o Programa FRESAN, que se uniu ao Ministério da Agricultura e Florestas (MINAGRIF) para elaborar a versão final da ENSAN II. Esta estratégia visa transformar o actual sistema alimentar angolano, tornando-o mais equitativo, sustentável, resiliente e saudável para todos os cidadãos até 2030, com foco no desenvolvimento rural territorial.
No discurso de abertura, André de Jesus Moda, secretário de Estado para as Florestas, explicou que a ENSAN II “consolida avanços em segurança alimentar e nutricional feitos na última década e dá resposta aos actuais e futuros desafios do sistema alimentar nutricional”. E enumerou, entre os vários desafios aos quais o documento procura responder, a necessidade de “mitigar a fome e todas as formas de malnutrição, reduzindo também a incidência e o crescimento de doenças não transmissíveis veiculadas à alimentação”; “contribuir para a eliminação da pobreza, promovendo o pleno emprego e o empreendedorismo”; “assegurar a disponibilidade de produtos nutricionais, terapêuticos e suplementares nas unidades de tratamento nutricional”; “promover o acesso equitativo e a optimização do uso de recursos naturais na produção, processamento e a distribuição de alimentos”; “assegurar a funcionalidade permanente do sistema alimentar em todos os territórios em situação de emergências, conflitos, desastres naturais, pragas ou pandemias” e, ainda, “fortalecer o sistema de informação de segurança alimentar e nutricional”. O evento contou com a participação de representantes de diversas instituições do Estado angolano e internacionais, académicos e sociedade civil. Segundo o Executivo, esta diversidade de intervenientes foi fundamental para recolher contribuições e conhecimento que permitam “inverter o quadro observador da fome, a subnutrição e a pobreza rural em todo o território nacional, promovendo assim a segurança dos sistemas alimentares sustentáveis, diversificados e inclusivos”.
Data: 11 de Março de 2024