Fonte: Jornal de Angola (29/02/2024)
Mais de 300 hectares de terras aráveis começam, a partir do corrente ano, a ser irrigados por seis represas erguidas nas localidades da Humpata, Chibia, Gambos, Caluquembe e Caconda, no âmbito do Programa de Fortalecimento da Resiliência, Segurança Alimentar e Nutricional (FRESAN).
Com o valor global de 387.641.228 kwanzas, o programa é implementado em três etapas, sendo a primeira nas zonas do Caculuvar, arredores do município dos Gambos, e na comuna do Jau, situada na Chibia, assim como uma outra represa na zona do Caholo (Humpata).
Os produtores, situados na povoação do Giraúl, no município de Caluquembe, Chandamba, em Chicomba, assim como da Waba, uma das zonas potenciais de lavoura de cereais de Caconda, vão ver, igualmente, solucionado o problema de água para rega das culturas, principalmente nas épocas de seca cíclica.
Para o efeito, a instituição em referência já promoveu um concurso público para seleccionar as instituições habilitadas para a empreitada, uma acção que se estende também para alguns pontos da província do Cunene, onde se programou a construção de dez pequenas represas em seis municípios.
Fomentar a produção
O coordenador-adjunto do FRESAN na província da Huíla, Adalberto Chiquete, sublinhou que o propósito da materialização do projecto é criar as condições necessárias para haver capacidade de irrigar 300 hectares de terras e fomentar a produção no seio das famílias das zonas mais recônditas.
“Estamos empenhados em colaborar com as autoridades para minimizar o impacto da seca nas zonas mais longínquas da Região Sul, assim como para criar condições para o aumento da auto-sustentabilidade das famílias beneficiárias”, disse.
Adalberto Chiquete realçou o facto de se estar a consolidar os projectos em curso com o apoio de vários parceiros do FRESAN, à medida que as acções definidas para os dez municípios da província da Huíla estarem já concluídas e, consecutivamente, entregues às famílias carenciadas.
O Programa de Fortalecimento da Segurança Alimentar e Nutricional foi materializado em dez municípios da Huíla, prevendo contemplar cerca de 900 mil pessoas.
“O programa está a contribuir para a redução da fome, pobreza e vulnerabilidade da insegurança alimentar e nutricional no Sul do país”, disse.
O projecto conta com o financiamento da União uropeia (UE) e é gerido parcialmente pelo Camões, I.P., Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e pelo Vall d’Hebron.
Reconhecimento
O agricultor Manuel Armando, 29 anos, reconheceu que a vida da família e de outros melhorou consideravelmente por saberem agora como plantar, usar as sementes e técnicas necessárias para a preparação dos solos e da necessidade de se manter as terras húmidas para a produção.
“Agora sabemos que se pode plantar mesmo em época de seca”, disse, para acrescentar que as crianças também aprendem, de modo a terem já noções das técnicas de trabalhar a terra e se colha produtos com qualidade para o sustento familiar e comercialização.