Ondjiva – Quatro mil camponeses dos municípios do Curoca, Cahama, Cuvelai, Cuanhama e Ombadja, província do Cunene, estão agregadas em 81 escolas de campo de agricultores (ECA), implementadas pelo Projecto de Fortalecimento de Resiliência e da Segurança Alimentar e Nutricional (FRESAN).
A informação foi prestada esta quinta-feira, pelo coordenador adjunto do FRESAN no Cunene, Juan Molina, referindo que desde a implementação do projecto em 2018, as escolas estão a ser assistidas por mais de quatro mil camponeses, que beneficiaram de instruções sobre as práticas agrícolas.
Juan Molina afirmou que o objectivo é reduzir a fome, pobreza, insegurança alimentar e nutricional, através do reforço da resiliência e produção agrícola sustentável das famílias.
Fez saber que os agricultores beneficiam de forma regular de sementes e instrumentos de trabalho para o aumento da produção de produtos como hortaliças, tubérculos e cereais, visando contribuir para a segurança alimentar das comunidades mais vulneráveis em época seca.
Ressaltou a integração de várias famílias da tribo koisans, da comuna de Oshimolo, enquadradas em sete escolas de campo que se dedicam na produção de cereais, bem como outras da comunidades Muakahona, Mushimba e Vátuas, do município do Curoca.
No Curoca, disse que a prática agrícola constitui uma grande desafio, devido às condições climáticas, razão pela qual se requer o uso de campo de irrigação, com recurso aos sistemas de captação de água subterrânea, o que tem permitido às comunidades a ter acesso a alimentos.
Segundo o responsável, o projecto constitui um meio válido de instrução e educação da comunidade rural, sobre as boas práticas da agricultura e pecuária, demonstrações culinárias, através da metodologia participativa, onde os camponeses aprendem a fazer troca de experiência e interacção.
Na escola de campo, acrescentou, os camponeses adquirem igualmente conhecimentos de gestão dos solos, sua conservação e rentabilidade, através de diferentes métodos de rotatividade de produtos a cultivar e em épocas distintas.
Lançado em 2018, o FRESAN conta com um valor global de 64 milhões de euros, financiado pela União Europeia, destes 48,6 milhões de euros(um euro vale em kz 897,908), sob gestão do Instituto Camões.
A iniciativa faz parte de um esforço conjunto da União Europeia, Instituto Camões e o Governo de Angola, para promover a sustentabilidade da agricultura familiar, segurança alimentar e nutricional, sobretudo em comunidades.
O mesmo tem como o objectivo contribuir para a redução da fome, pobreza e vulnerabilidade à insegurança alimentar e nutricional, através do fortalecimento sustentável da agricultura familiar nas províncias do Cunene, Huíla e Namibe.FI/LHE/AC