Gambos – O Programa de Fortalecimento da Resiliência à Seca no Sul de Angola (FRESAN) está a patrocinar o fomento da produção agrícola e de criação de animais no sector de Rio d’Areia, no município dos Gambos, na Huíla, para tornar sustentável a economia das famílias.
São incentivos virados ao acesso à água para as pessoas e o gado, o que está a facilitar a agricultura, através de uma Escola de Campo frequentada por 30 membros, 22 são mulheres, que receberam insumos agrícolas e auxílio no cultivo de novas culturas resistentes à seca, como batata-doce, abóbora, mandioca e frutas, acções que resultaram na criação de lavras familiares.
Em declarações à ANGOP, coordenador-adjunto do FRESAN-Camões, Instituto Português, Adalberto Chiquete, disse que o objectivo é alcançar a sustentabilidade na comunidade de Rio d’Areia, que já vê mudanças com os investimentos consistentes de acesso à água, introdução de culturas climaticamente inteligentes, assim como no apoio à comercialização e transformação de alimentos.
Essa transformação, conforme o oficial, resulta de uma abordagem integrada que permitiu criar sinergias entre vários projectos financiados por diferentes parceiros, todos alinhados com a visão de sustentabilidade e continuidade, que são o cerne do FRESAN.
“O Projecto de Apoio à Resiliência para Mitigação dos Efeitos da Seca (PARMES) terminou e foi um passo consistente nesta jornada de desenvolvimento, todavia o trabalho prossegue, tal como a água que agora flui numa região marcada pela seca”, assinala.
De entre as acções no segmento da água, segundo o responsável, está a construção de dois reservatórios chamados de “cisternas-calçadão”, aos quais somou-se um novo ponto de água com painel solar e a instalação de tecnologia de irrigação “gota-a-gota” nas lavras familiares.
Na pecuária, disse a fonte, o projecto apoiou a aquisição de suínos, levou a cabo campanhas de vacinação, numa parceria com o Instituto dos Serviços de Veterinária da Huíla, que formou tratadores de gado.
Por sua vez, o administrador municipal dos Gambos, Francisco Barros, elogiou o programa, considerando-o de “uma parceria fundamental na promoção do desenvolvimento local”.
“Quero agradecer e encorajar a continuação do FRESAN, pelo trabalho desenvolvido nas comunidades, sobretudo ligados à promoção do desenvolvimento económico e social do município, que melhora a qualidade de vida da população, permitindo que todos possam participar através da assistência social, da formação e da capacitação”, frisou.
Enfatizou ainda a importância de investir-se no sistema de ensino e na investigação, procurando na academia estratégias para resolver os problemas que as comunidades enfrentam, como a seca e a fome.
O FRESAN é uma iniciativa do Governo de Angola financiada pela União Europeia e co-gerida pelo Camões, IP. que pretende contribuir para a redução da fome, da pobreza e da vulnerabilidade à insegurança alimentar e nutricional no Cunene, na Huíla e no Namibe, através do reforço da resiliência e da produção agrícola familiar sustentável.
A União Europeia financia o Programa de Fortalecimento da Resiliência e da Segurança Alimentar e Nutricional em Angola (FRESAN) com 65 milhões de euros no período de 2018-2024. MS