Fonte: Angop (29/06/2023)
Lubango – O programa de Fortalecimento da Resiliência e da Segurança Alimentar e Nutricional em Angola (FRESAN) vai apoiar os governos provinciais da Huíla, Cunene e Namibe, a reforçarem as suas capacidades para a governança da Segurança Alimentar e Nutricional, anunciou o embaixador de Portugal em Angola, Francisco Alegre Duarte.
O embaixador fez este anúncio na 7ª Reunião do Comité de Direcção do Programa (CDP), o principal mecanismo de governação do programa, um fórum de carácter estratégico que tem como principal objectivo produzir orientações para a implementação das actividades do projecto, entre outros aspectos.
O evento acontece no seguimento da organização do 6º Grupo de Coordenadores do FRESAN, um Comité que reúne duas vezes por ano, alternando entre as três províncias onde o programa é implementado.
Francisco Duarte realçou que o reforço, que abrange também o Governo Central, vai permitir de fomentar o direito à alimentação, em particular das populações mais vulneráveis, alertando que a concretização requer respostas conjuntas dos vários actores e sectores municipais, provinciais e nacional que podem contribuir para o desenvolvimento de sistemas alimentares mais resiliente e sustentáveis.
Assegurou ser ainda prioritário nesta fase de implementação do projecto, apoiar o Governo de Angola, juntamente com os seus parceiros de desenvolvimento e com as organizações da sociedade civil, na criação de Conselhos de Segurança Alimentar e Nutricional.
De acordo com o embaixador, a criação desses conselhos merece uma abordagem territorial que possa contribuir para a definição e adopção de medidas que promovam o bem-estar e à melhoria das condições de vida das populações do Sul de Angola, ao mesmo tempo que se reforçam as instituições parceiras e se desenvolvem mecanismos de monitorização e vigilância para a Segurança Alimentar e Nutricional.
Embaixador assinala progressos do FRESAN
Os progressos alcançados pelo FRESAN, de 2018 à presente data, nas províncias da Huíla, Namibe e Cunene, são assinaláveis, pois são acções que contribuíram para a melhoria da qualidade de vida de muitas famílias, disse o embaixador Francisco Duarte.
Para diplomata, “é justo reconhecer o bom trabalho que tem vindo a ser realizado, nomeadamente neste último ano, como a instalação de 205 escolas de campo nessas províncias, onde estão a ser promovidas e disseminadas tecnologias e práticas agrícolas sustentáveis e resilientes”.
Sublinhou que a acção está a contribuir para a segurança alimentar das comunidades mais vulneráveis, onde mais de 14 mil camponeses foram apoiados e mais de 150 hectares foram cultivados nas Escolas de Campo Agrícolas.
Afirmou que em resultado da capacitação técnica e da disponibilização de maquinaria agrícola em duas estações de investigação, foram instalados campos de ensaios de variedades de sementes resilientes e adaptadas às condições edafo-climáticas do sul de Angola.
Detalhou que para além das 263 infra-estruturas hidráulicas reabilitadas e construídas que beneficiam já mais de 115 mil pessoas, foram elaborados pelo projecto, num trabalho conjunto com os governos provinciais, administrações municipais e comunidades beneficiárias, três planos provinciais para a instalação de sistemas de irrigação comunitários para 325 e 530 hectares nas províncias do Cunene, Huíla e Namibe.
O FRESAN é uma iniciativa conjunta com o Governo de Angola para reduzir a fome, pobreza e a vulnerabilidade das comunidades afectadas pela seca nas províncias da Huíla, Namibe e Cunene.
Implementado pelo Camões/Instituto da Cooperativa e da Língua, Instituto Público, pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), pelo programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e pelo Instituto de Pesquisa Científica Vall d´Hebro.
Conta com um financiamento da União Europeia de 65 milhões de euros para o período entre 2018 a 2024, que estão a ser gastos em projectos virados a promoção de e fortalecimento da agricultura familiar sustentável, na melhoria da situação nutricional da população.
O foco está em facilitar o acesso à água potável, na adopção às alterações climáticas, no reforço dos sistemas de informação sobre a segurança alimentar e nutricional, e no apoio ao desenvolvimento de capacidades nas instituições. BP/MS