Fonte: Angop (28/03/2023)
Ondjiva- Vinte e duas Escolas de Campo Agrícolas (ECA), das 75 criadas na província do Cunene, pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), foram avaliadas no I trimestre do ano em curso, pelo Instituto de Desenvolvimento Agrário (IDA).
A informação foi prestada, esta terça-feira, à ANGOP, pelo coordenador da FAO no Cunene, Neri Tuafeni , realçando que a validação das escolas de campo visa a verificação do funcionamento das mesmas e a adopção de medidas para a melhoria do trabalho dos agricultores nas áreas de intervenção.
De acordo com o coordenador, o processo visa comprovar as exigências de carácter obrigatório, como campo de experimentação, jango para encontros comunitários, registo dos membros, composição da comissão de gestão, bem como reportar a produção de culturas e assegurar o fluxo na caixa de poupança.
Neri Tuafeni disse estar em fase de validação 21 ECAs, até finais de Abril, prevendo-se até final do ano validar as 75 escolas criadas por via destes projectos.
Esclareceu que para a validar uma ECA são analisados aspectos relacionados com a organização comunitária, a capacitação produtiva, os ciclos de produção já realizados e a dinâmica da apropriação das tecnologias e dos conhecimentos transmitidos.
O objectivo é que até Agosto de 2024 seja subvencionada a implementação das ECA, onde os seus membros, para além de aprenderem novas técnicas fundamentais de cultivo, possam replicar nos campos para permitir melhorar a produção.
Neste processo prevê-se assistir de forma directa mil 875 camponeses num rácio de 25 a 35 membros em cada escola de campo.
Nesta senda, realçou que a FAO disponibiliza 350 dólares para reforço da taxa de cotização, efectuada pelos membros de modo a criar um fundo de maneio.
Metodologia das Escolas de Campo/Chitakas
Entretanto, esclareceu que a par das escolas de campo, a FAO incorporou a metodologia Chitaka caracterizado por uma produção integrada que inclui o cultivo de hortícolas e a criação de animais de pequeno porte como galinha, patos, coelhos e porcos.
Com efeito, disse estar em funcionamento as chitakas dos municípios da Cahama, Ombadja e Cuanhama , cuja inclusão permitiu que o processo de desenvolvimento da agricultura fosse cada vez mais célere.
“Este é o modelo onde os agricultores familiares se integram rapidamente no sistema produtivo e nutricional, constituindo-se num sistema corporativo dos sectores agrícola, da saúde e educação, em benefício do desenvolvimento rural’’, enfatizou.
Disse que com base neste processo foram atribuídas em cada escola 120 galinhas, oito patos, quatro porcos índios e seis coelhos que foram replicadas, prevendo-se para o presente ano a distribuição de 200 galinha no presente ano.
As Escolas de Campo Agrícolas (ECA) enquadram-se na componente FRESAN-FAO, com o objectivo de promover a resiliência alimentar e nutricional, permitindo aos camponeses conhecerem as técnicas que garantam o incremento produtivo.
Lançado em 2018, o Fresan tem o valor global de 64 milhões de Euros, financiados pela União Europeia, destinado a programas de apoio às famílias afectadas pela seca e fome nas províncias do Cunene, Huila e Namibe. FI/LHE/PPA