Grandes projectos são feitos com grandes pessoas: consulte aqui as oportunidades.

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Agricultores encorajados a explorar perímetro irrigado do Cafu

Fonte: ANGOP (17/03/2023)

Manzambi André

O director do gabinete da Agricultura, Pecuária e Pesca no Cunene, Carlos Ndanyengondunge, realçou, esta sexta-feira, a necessidade de as famílias camponesas residentes ao longo do canal do Cafu, explorarem o perímetro, visando tirar proveito do empreendimento.

O canal do Cafu, a céu aberto, tem uma extensão de 160 quilómetros, interligando os municípios de Ombadja, Cuanhama e Namacunde e prevê a irrigação de cinco mil hectares de campos agrícolas. Em declaração à ANGOP, admitiu ser ainda “tímida” a exploração das superfícies agrícolas na região, devido aos hábitos e costumes das comunidades agro-pastoril que têm a actividade agrícola de sequeiro (agricultura dependente das chuvas).

“Com a abertura do canal do Cafu, foram lançadas bases para agregar o maior número possível de famílias na produção de bens alimentares, com a introdução de novas culturas e sistema de irrigação localizada”, referiu o gestor. Disse ainda que desde a sua inauguração, a 4 de Abril de 2022, foi possível a criação de cinco escolas de campo, das seis previstas, e uma Chitaca, dentro da parceria com a Organização Mundial para Alimentação (FAO – FRESAN).

Segundo o responsável, estas escolas de campo são para doutar os camponeses de conhecimentos de gestão dos solos, sua conservação e rentabilidade, através de diferentes métodos de rotatividade de produtos a cultivar em épocas distintas. Para reverter a situação, realçou que o sector, através do Instituto de Desenvolvimento Agrário (IDA), está a trabalhar na sensibilização das comunidades locais, no sentido de mobilizá-los a optarem pela produção irrigada.

Esclareceu que no Cunene, através da agricultura de subsistência, as famílias cultivam, sobretudo cereais como o massango, massambala e algumas leguminosas na época chuvosa, mas com o canal do Cafu há possibilidade de se introduzir outras variedades como hortícolas, fruteiras e tubérculos.

“Sabemos que estes povos têm um modo vivente diferente aos objectivos do canal, mas vamos incrementar a sensibilização para que dentro de um ou dois anos haja, de facto, uma agricultura aceitável”, sublinhou. Carlos Ndanyengondunge realçou ainda a criação da comissão técnica, coordenada pelo vice-governador para serviços técnicos e infra-estrutura, que está a trabalhar no levantamento técnico para saber o número exacto de agricultores e determinar a superfície arável existente. Informou que o trabalho de delimitação dos espaços tem como prioridade as famílias locais e aqueles que adquiriram espaços para pequenas lavras e hortas.

Estrutura do Cafu

O Projecto hídrico do Cafu é o primeiro de um lote de cinco projectos do Governo angolano criado no quadro do programa de acções estruturantes de combate à seca naquela região, que vai beneficiar 235 mil pessoas. Avaliado em 44 mil milhões, 358 milhões e 360 mil 651 kwanzas, vai permitir ainda o abeberamento de 250 mil animais e a irrigação de cinco mil hectares de campos agrícolas.

Neste sistema foram instaladas estruturas metálicas da câmara de aspiração e zona de tomada de água, edifício da subestação eléctrica, com três grupos geradores com capacidade de um megawats e reservatório unidimensional, além de painéis solares capazes de gerar 1.5 megawatts de energia.

O projecto tem um canal a céu aberto, numa extensão de cerca de 160 km, derivação a partir da albufeira da sessão do Cafu, no rio Cunene, contempla 30 chimpacas, com 100 metros de comprimento, 50 de largura, cinco a seis de profundidade e a capacidade de armazenamento de água que varia de 25 mil a 30 mil metros cúbicos.