Grandes projectos são feitos com grandes pessoas: consulte aqui as oportunidades.

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União Europeia e Camões, I.P. inauguram 1 barragem e 2 pontos de água no Virei

O Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, I.P. inaugurou hoje, 28 de Fevereiro, no âmbito do FRESAN (Programa do Governo de Angola financiado pela União Europeia), uma barragem na localidade de Sayona, bem como dois pontos de água, um em Sayona e o outro em Tchicueya, no município do Virei, província do Namibe. Os pontos de água têm três saídas cada: uma bica para consumo humano com tanque-reservatório de 10 mil litros, um bebedouro para gado, e um sistema de rega gota-a-gota na lavra comunitária.

O Programa FRESAN – Fortalecimento da Resiliência e da Segurança Alimentar e Nutricional em Angola, inserido na parceria bilateral entre a União Europeia e o Governo de Angola, visa reduzir a fome, a pobreza e a vulnerabilidade das comunidades afectadas pela seca no sul do país nas províncias do Cunene, da Huíla e do Namibe. Com financiamento da União Europeia, o FRESAN é co-gerido e implementado pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, I.P.; a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura); o PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento; e o Vall d’Hebron (projecto CRESCER).

A barragem e os dois pontos de água inaugurados hoje fazem parte do projecto TransÁgua: Valorização das boas práticas dos pastores transumantes em gestão dos recursos hídricos e adaptação às mudanças climáticas no Namibe. Inserido no Programa FRESAN, o projecto TransÁgua é implementado nos municípios do Virei e da Bibala pela COSPE (Cooperazione per lo Sviluppo dei Paesi Emergenti) em parceria com: o Instituto de Desenvolvimento Florestal (IDF) do Namibe; a Associação Construindo Comunidades (ACC); a Associação Juvenil Ambiente e Cultura (AJAC); a Associação Ovatumbi de Criadores Tradicionais de Gado; e o Departamento de Ciências e Tecnologias Agrícolas, Alimentares, Ambientais e Florestais (DAGRI) da Universidade de Florença.

O TransÁgua, com um orçamento total de 1.669.373,40 euros, tem por objectivo aumentar a resiliência das comunidades agro-pastoris do Virei e da Bibala face aos efeitos das alterações climáticas através de uma melhor gestão dos recursos hídricos e forrageiros. O projecto abrange 200 criadores tradicionais de gado (grupos étnicos Mucubal, Muimba, Nyanema); 200 agro-pastores das associações agrícolas; 400 mulheres/criadoras de cabras e galinhas; 200 jovens agro-pastores de dez comunidades dos dois municípios.

Graças ao TransÁgua as comunidades pastoris do Virei e da Bibala beneficiam de mais fácil acesso aos recursos hídricos nos corredores de transumância, enquanto aumentam a disponibilidade de alimentos e de forragem através da adopção de práticas agroecológicas. Tal envolveu a realização de actividades como:

  • análise dos territórios com as autoridades tradicionais e a definição dos intervenientes e dos líderes das comunidades pastoris;
  • formação para os/as facilitadores/as do percurso organizacional de cada comunidade;
  • organização de grupos de pastores de diferentes etnias (mulheres e homens em separado) para a criação de uma visão partilhada do presente e do futuro da sociedade pastoril;
  • construção das plataformas municipais e dos planos de gestão do território, assim como o desenvolvimento de medidas de mitigação e de adaptação às alterações climáticas;
  • identificação participativa das zonas e da tipologia de infra-estruturas hídricas a ser realizadas;
  • definição, dimensionamento e projecto das infra-estruturas hídricas e das tecnologias mais apropriadas em função das características das zonas identificadas;
  • suporte aos pastores/pastoras na construção/reabilitação e na gestão das infra-estruturas hídricas nos corredores de transumância e na proximidade das comunidades;
  • criação, desenvolvimento de capacidade ou reactivação de grupos de gestão da água;
  • planeamento participativo e implementação das acções finalizadas para reabilitação dos solos, bem como o incremento da disponibilidade de recursos forrageiros nos arredores das comunidades e ao longo das rotas de transumância;
  • promoção de práticas e culturas para aumentar a resiliência das comunidades face aos efeitos da seca.

Data: 28 de Fevereiro de 2023