Já foram entregues propágulos de batata-doce cultivados na Estação Experimental Agrícola do Namibe (EEAN), no âmbito do apoio prestado pelo FRESAN! As primeiras organizações não governamentais (ONG) a recebê-los são a ADESPOV – Associação de Desenvolvimento e Enquadramento Social de Populações Vulneráveis, e a FEC – Fundação Fé e Cooperação. As três variedades de batata-doce que melhor se adaptam ao clima do Sul de Angola e que mais resistem às pragas e doenças vão ser multiplicadas em Escolas de Campo de Agricultores (ECA) de projectos subvencionados pelo Camões, I.P., beneficiando agricultores e as suas respectivas famílias no Sul de Angola.
Como explica o director da EEAN, Marcos dos Santos, “temos um banco de germoplasma [recursos genéticos] na EEAN com variedades já ensaiadas no Namibe e nas províncias vizinhas do Cunene e da Huíla. Fizemos a multiplicação desse material” de acordo com o resultado dos estudos feitos pelo IIA – Instituto de Investigação Agronómica.
Ao longo de dois hectares foram multiplicadas espécies resilientes e nutritivas de batata-doce como a de polpa alaranjada, com um ciclo de plantio de apenas três meses. Estas vão ser multiplicadas nas comunidades rurais beneficiárias do FRESAN. Ao fim de dois meses, as comunidades já poderão beneficiar das folhas e, posteriormente, do tubérculo para consumo ou para venda, incrementando assim a renda familiar.
A ADESPOV e a FEC receberam um total de 9.000 propágulos de batata-doce para serem plantados em ECA dos projectos Ekevelo e Pira-Namibe, respectivamente. Outras ONG subvencionadas, como a PIN – People in Need, vão receber recomendações e recolher os seus propágulos ao longo do mês de Outubro. Pandequeni Manuel Martins, técnico silvo-pastoril no projecto Pira-Namibe, refere que “pretendemos primeiro multiplicar os propágulos de batata-doce nas ECA para depois redistribuir pelas parcelas dos agricultores existentes nas comunidades” e, a partir daqui, levar novos propágulos a “outras famílias carenciadas”. Virgínio Tito, oficial do projecto Ekevelo, salienta a importância que a plantação destes propágulos terá para os agregados familiares das quatro comunidades do Virei com os quais o projecto trabalha.
Com o apoio FRESAN – que forneceu equipamento à EEAN e reabilitou o sistema de rega da Estação – tem sido possível testar e multiplicar diversas variedades de batata-doce e, ao longo de sete hectares, também testar e multiplicar variedades de massango, de massambala, de feijão vulgar e feijão macunde, de mandioca e de milho.
Data: 20 de Outubro de 2022