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Mais de 700 gestantes beneficiam de acções contra desnutrição

Fonte: ANGOP (10/10/2022)

 

Mais de 700 gestantes beneficiam de acções contra desnutrição

Lubango – Setecentas e 20 gestantes dos município da Jamba e de Chicomba, na Huíla, estão desde segunda-feira (10) a ser cadastradas para beneficiar de intervenções de cuidados materno-infantil contra a desnutrição crónica, no âmbito do “Projecto Crescer”. Trata-se de uma amostra populacional do estudo comunitário “MuCCUA-Intervenções materno-infantis contra a desnutrição crónica em Angola”, nos dois municípios da Huíla. Ao todo serão feitas 10 visitas de um estudo que vai realizar-se em dois anos e seis meses.

O objectivo do estudo é avaliar a efectividade de três intervenções, desde o atendimento padrão, transferências monetárias e suplementos nutricionais, para a redução da desnutrição crónica em crianças, nos seus primeiros dois anos de vida. A iniciativa vai ainda averiguar, se as referidas intervenções têm um impacto na redução da mortalidade infantil, na melhoria da saúde das crianças, nos cuidados pré e pós-natal das mães, bem como nas atitudes e hábitos alimentares das famílias.

A informação vem expressa numa nota de impressa do “Projecto Crescer”, que a ANGOP teve acesso no Lubango, referindo que fazem parte do estudo uma amostra global de mil 440 mulheres grávidas, incluindo das comunas do Otchinjau (Cahama) e Mupa (Cuvelai), Cunene, acção que para estas localidades inicia em Novembro próximo.

Ao todo serão recolhidos dados sobre a condição de vida, saúde e nutrição das participantes e dos seus agregados familiares, sendo que as mulheres grávidas incluídas serão companhadas desde os primeiros meses de gestação até os dois anos de idade do filho. De acordo a nota, nas duas províncias, os níveis de subnutrição ainda permanecem elevados, atingindo quase uma de cada duas crianças, cujo impacto tem provocado uma redução significativa na qualidade de vida das pessoas, afectando o desempenho cognitivo e produtivo destas.

O estudo MuCCUA, que inclui em primeira instância a recolha de dados, está a ser realizado por uma equipa composta por estudantes do ensino superior de medicina e enfermagem, assim como Agentes de Desenvolvimento Comunitário e Sanitário (ADECOS). A pesquisa está a ser coordenada pelo instituto espanhol Vall d´Hebron, junto de parceiros locais, entre eles o FAS- Instituto de Desenvolvimento Local, a Universidade Mandume Ya Ndemufayo (UMN) e parceiros internacionais.

O projecto Crescer, direccionado ao combate à desnutrição, prevê beneficiar 56 mil 674 pessoas (12 mil famílias vulneráveis), de 102 mil aldeias, com destaque para crianças menores de cinco anos e mulheres grávidas, em quatro comunas. Trata-se da quinta componente do programa de Fortalecimento da Resiliência e da Segurança Alimentar e Nutricional em Angola (FRESAN), orçado 6.8 milhões de euros, num financiamento da União Europeia, a ser executado em quatro anos, desde Fevereiro de 2021.