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Especialista da UE diz que uma em cada duas crianças no sul do país padece de desnutrição

Fonte: O país (21/09/2022)

 

Especialista da UE diz que uma em cada duas crianças no sul do país padece de desnutrição

Os dados foram revelados pela coordenadora geral do Projecto Crescer, da União Europeia, Elena Trigo, no Lubango. Metade da população infantil das províncias do Namibe, Cunene e Huíla sofre de desnutrição crónica resultante da falta de alimentos, por conta da seca cíclica que assola esta parte do território nacional

João KatombelaSegundo a responsável, que falava numa acção formativa dirigida aos estudantes do Curso de Medicina da Universidade Mandume Ya Ndemufayo, o número de crianças com desnutrição crónica nas três províncias do extremo sul do país é assustador e pode perigar o desenvolvimento desta região. De acordo com a coordenadora geral do projecto Crescer, Elena Trigo, o problema da desnutrição crónica infantil afecta cerca de 50 por cento das crianças menores de cinco anos de idade nas províncias do Namibe, Cunene e Huíla.“Temos um número de desnutrição crónica infantil muito alto, estamos a falar de 50 por cento das crianças que padecem deste mal, ou seja, uma em cada duas crianças padece de desro nutrição crónica. Isso pode prejudicar o futuro do país, porque teremos adultos disfuncionais, pelo que se torna necessário trabalhar na prevenção deste problema que afecta igualmente o sistema neurológico das pessoas” disse.A acção formativa visou conferir aos estudantes de medicina e Agentes de Educação Comunitária (ADECOS) capacidades de identificação e acompanhamento de casos de desnutrição em todos os municípios das três províncias supracitadas. A decana da faculdade de Medicina da Universidade Mandume, Ana Geraldo, disse que a acção formativa dirigida aos estudantes desta instituição de ensino superior se insere nas responsabilidades sociais desta universidade. “O que pretendemos é que os nossos estudantes tenham a capacidade de elaborar inquéritos, uma vez que no quinto ano de formação devem produzir artigos científicos. Estamos a entregar estudantes de medicina que têm a missão de trabalhar com as comunidades, pelo que devemos dotá-los de capacidades para que, por si só, consigam identificar e combater a desnutrição”, afirmou. O Projecto Crescer é uma acção de esquissa operacional sobre a desnutrição que seleccionou, durante o mês de Fevereido ano em curso, 102 bairros e aldeias dos municípios alvos nas províncias da Huíla e Cunene. Das 102 aldeias seleccionadas, 33 pertencem à comuna de Libongue, município do Chicomba, e 20 à comuna sede do município da Jamba, província da Huíla; 18 na comuna do Otchinjau, município da Cahama, e 31 na comuna da Mupa, município do Cuvelai, província do Cunene.

Este projecto é a materialização da IV componente do FRESAN-Programa de Fortalecimento da Resiliência e da Segurança Alimentar e Nutricional em Angola, que tem como objectivo contribuir para a redução da pobreza e vulnerabilidade à insegurança alimentar e nutricional nas províncias do sul de Angola, focado na agricultura familiar, acesso à água, sistemas de informação sobre segurança alimentar e nutricional e adaptação às alterações climáticas. O projecto, financiado pela União Europeia, conta com a contribuição dos cinco parceiros do consórcio, nomeadamente o Instituto de Investigação Val d Hebron (VHIR), FAS-Instituto de Desenvolvimento Local, Instituto de Saúde Carlos III (CIII), ACF-Acção Contra a Fome e a Universidade Mandume Ya Ndemufayo (UMN).