Grandes projectos são feitos com grandes pessoas: consulte aqui as oportunidades.

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CRESCER já está em Angola e incentiva alunos de medicina a utilizar a investigação no combate à desnutrição infantil

O projecto de investigação operacional CRESCER, a quarta componente do FRESAN – Fortalecimento da Resiliência e da Segurança Alimentar e Nutricional em Angola, já está a trabalhar nas províncias do Cunene e da Huíla. O consórcio de instituições académicas e de pesquisa espanholas e angolanas vai estudar a eficácia das acções de segurança alimentar e nutricional na diminuição da desnutrição crónica e da mortalidade em crianças com menos de cinco anos no Sul de Angola. Inserido no Programa FRESAN, o projecto CRESCER procura, através da investigação operacional, contribuir para gerar provas, disseminar e transferir conhecimentos sobre estratégias para reduzir a malnutrição crónica e a mortalidade de menores de cinco anos.

A investigação como motor de mudança foi, assim, o mote do primeiro evento académico do CRESCER, realizado a 22 de Outubro na Faculdade de Medicina da Universidade Mandume Ya Ndemufayo (UMN), no Lubango, província da Huíla. Com cerca de 100 alunos do 4.° ano de Medicina a assistir, a apresentação contou com a abertura do vice-reitor para a Administração e Gestão da UMN, Sebastião António. A equipa do CRESCER transmitiu aos futuros médicos de Angola a importância da investigação operacional como ferramenta para melhorar a vida das pessoas e aproximar das necessidades das comunidades; e incentivou os estudantes de medicina a recorrer à investigação no combate à desnutrição infantil.

O director do Gabinete de Investigação Científica e Pós-graduação da UMN e coordenador do projecto CRESCER pela UMN, José Carlos Lima, proferiu uma palestra sobre “A importância da pesquisa clínica e operacional como motor de conhecimento: das aulas ao terreno”. De acordo com o responsável, os estudantes e a área académica e científica devem contribuir para criar novos conhecimentos e identificar soluções, assim como colocar o conhecimento à disposição da sociedade. José Carlos Lima identificou os produtos finais da investigação do CRESCER como facilitadores na tomada de decisões políticas no que diz respeito à malnutrição crónica.

Os membros do grupo técnico do projecto CRESCER em Angola, liderado pela coordenadora-geral Elena Trigo Esteban, e pela coordenadora pelo FAS – Instituto de Desenvolvimento Local, Maria de Lourdes Faría, explicaram aos alunos a importância de estar perto das famílias mais vulneráveis nos municípios e comunas, de passarem da teoria das aulas para a prática em campo. E encorajaram os estudantes a serem parte activa na pesquisa no terreno.

Elena Trigo Esteban esclareceu que o projecto CRESCER tem como objectivo a partilha de conhecimento numa vertente prática, e funcionar como motor de mudança ao gerar conhecimento e promover avanços científicos. A aplicação directa nas comunidades irá melhorar a vida das populações, sobretudo das pessoas mais vulneráveis; vai ainda permitir gerar evidências que vão apoiar políticas públicas baseadas em dados confiáveis e com enfoque no custo-eficácia. As actividades do CRESCER decorrem nas províncias da Huíla e do Cunene até 2024.

Maria de Lourdes Faría referiu os ADECO (Agentes de Desenvolvimento Comunitário e de Saúde) como vertente comunitária da saúde e a ponte ideal entre as famílias e os técnicos de saúde nos municípios, lembrando aos alunos que, como futuros profissionais, esta será a chave no desenvolvimento da saúde comunitária em Angola nos próximos anos.

O projecto CRESCER é a componente IV do Programa FRESAN, uma parceria entre o Governo de Angola e a União Europeia. O CRESCER tem como objectivo contribuir para gerar evidências, disseminar e transferir conhecimento de estratégias para reduzir a desnutrição e a mortalidade em crianças menores de cinco anos nas províncias da Huíla e do Cunene através de investigação operacional. Tem como parceiros intervenientes a Fundação do Hospital Universitário Vall d’Hebron – Instituto de Pesquisa (VHIR) de Espanha, que coordena o projecto; o Instituto de Saúde Carlos III (ISCIII), a Fundação Ação contra a Fome (ACF), a Universidade Mandume ya Ndemufayo (UMN) do Lubango, e o FAS – Instituto de Desenvolvimento Local

Fonte: FRESAN (17-12-2021)