Os solos da região e o curso do rio Cunene, que percorre o município de Ombadja, são excelentes aliados nas condições favoráveis à produção de diversas culturas que a localidade dispõe.
Às vezes ofuscados pela dureza da realidade da seca no Sul, a produção agrícola do Cunene, concretamente do Peu-Peu, só precisa de mais apoios, e sem intermediários, para em muito pouco tempo, fazer uma viragem na cadeia de produção, de acordo com o chefe dos agricultores da Cooperativa “Omucuni”, na zona de Cafu.
Mas, a agricultura do Peu-Peu é feita por dois segmentos. A das cooperativas e famílias de camponeses e uma outra que é assegurada pela população prisional, no estabelecimento que leva o mesmo nome (Peu-Peu).
O centro prisional controla mil e 440 reclusos dos quais mil e 215 condenados e 225 detidos.
Por sua vez, os camponeses associados são mais de 1.500 e estão a ser apoiados com meios como enxadas, charruas, sementes de milho, massango, feijão, batata-doce, mandioca, fertilizantes, motobombas e outros instrumentos de irrigação aos residentes a margem do rio Cunene.
O programa inclui também o treinamento no manuseio das novas técnicas de cultivo de produtos de curta duração.
David Kassanga membro da cooperativa “Simione Mucune”, disse que a experiência, tem sido boa, uma vez que lhes permite desenvolver a actividade agrícola com as famílias, com a utilização de plantas de fácil adaptação ao clima, com realce para a mandioca, batata-doce, entre outras, para melhorar a dieta.
Este projecto, com dois anos, está orçado em cerca de 778 mil euros, dos quais 700 mil são financiados pela União Europeia. São beneficiários 30 grupos de camponeses associados, cada um com 50 membros, nos municípios de Ombadja e Cuvelai.
A criação de emprego nos campos agrícolas familiares, melhoria dos meios de subsistência e de estado nutricional dos beneficiários, bem como facilitar o desenvolvimento de cadeias de valor agrícola, são resultados que se esperam em 2023.
O serviço Penitenciário, na localidade do Peu-Peu, está apostado no relançamento das actividades produtivas em grande escala, com o aproveitamento dos solos férteis e o caudal do rio Cunene, contribuindo para a melhoria da dieta alimentar dos prisioneiros e das famílias que residem nos arredores.
Reclusos do centro penitenciário do Peu-Peu no Cunene solicitaram materiais agrícolas, como tractores, sementes, fertilizantes e outros meios de trabalho, para expandirem a área de cultivo e aumentar a produção naquela unidade.
Fonte: Jornal de Angola (07/09/2021)