Mais de 40 técnicos das províncias do Cunene, da Huíla e do Namibe participaram numa formação de 45 dias organizada pela FAO – Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, no âmbito da implementação das Escolas de Campo de Agricultores (ECA) do Programa FRESAN. Os 43 formandos aprenderam técnicas e princípios básicos de agricultura e pecuária resilientes, distribuídos por três módulos: metodologia Escolas de Campo, princípios de agro-ecologia e princípios de pecuária.
Esta formação enquadra-se na implementação da componente FAO-FRESAN, com o objectivo de promover a resiliência alimentar e nutricional via a aplicação da metodologia ECA, de forma integrada com pequenos agricultores. O projecto inclui uma sequência de actividades preparatórias para a criação de 225 ECA nas três províncias abrangidas pelo Programa FRESAN: Cunene, Huíla e Namibe. Um dos primeiros passos envolveu a formação dos técnicos do Instituto de Desenvolvimento Agrário (IDA) e do Instituto de Segurança Veterinária (ISV) sobre a metodologia ECA, que se tornaram formadores mestres, ou master trainers (MT).
A formação, que decorreu na Humpata, na província da Huíla, contou com 36 técnicos do IDA e do ISV, três da Fundación CODESPA, dois técnicos da ADRA – Acção para o Desenvolvimento Rural e Ambiente, um do PIN – People in Need, e um da Direcção Municipal da Agricultura da Humpata. A capacitação dos MT é um processo contínuo que prevê várias sessões ao longo da duração do projecto, do desenvolvimento das ECA e as necessidades identificadas. O programa dividiu-se em três módulos de duas semanas cada: 1.: metodologia Escola de Campo e DRP – diagnóstico rural participativo; 2.: princípios de agro-ecologia; 3.: princípios de pecuária. Na primeira fase, que ocorreu de Maio a Julho, foi ministrada uma formação introdutória sobre a metodologia ECA e os conceitos-base sobre as boas práticas de agro-ecologia e pecuária mais resilientes.
Os 43 MT ficam assim responsáveis por replicar os conhecimentos obtidos e transmitir a formação aos facilitadores locais, para que estes dêem continuidade sustentável na constituição e implementação das 225 ECA nas três províncias, partilhando com os pequenos agricultores as novas estratégias e metodologias aprendidas, focadas na nutrição e na resiliência alimentar.
Os MT estão capacitados na metodologia de Escolas de Campo e em condições de multiplicar a aprendizagem, e apoiar as aldeias, por comunas, onde serão implementadas as 225 ECA. Os formandos melhoraram conhecimentos sobre práticas agrícolas e pecuárias resilientes às mudanças climáticas no sentido de contribuírem para que as comunidades melhorem a sua segurança alimentar e nutricional. De momento estão a apoiar o projecto na averiguação das condições necessárias para implementar as ECA nas localidades beneficiárias identificadas, na sensibilização das comunidades, na compilação de listas de interessados em constituírem os grupos ECA, na identificação e selecção dos facilitadores para que estes sejam igualmente formados (pelos próprios MT) e possam em seguida auxiliar o projecto na criação das Escolas de Campo.
Fonte: FAO (09-07-2021)