Grandes projectos são feitos com grandes pessoas: consulte aqui as oportunidades.

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2.º Fórum de Estratégias de Resiliência no Sul de Angola: Gestão da Água em Meio Rural

FRESAN, 30-04-2021

Participação comunitária – este conceito foi referido por vários intervenientes no 2.º Fórum de Estratégias de Resiliência no Sul de Angola: Gestão da Água em Meio Rural, com base na premissa de que há que dar às comunidades a capacidade de decidirem o que é mais adequado às suas condicionantes. Esta é uma das conclusões do evento realizado na manhã de 29 de Abril, na Sala Magna da Universidade do Namibe, pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua no âmbito do FRESAN – Fortalecimento da Resiliência e da Segurança Alimentar e Nutricional em Angola (iniciativa do Governo de Angola financiada pela União Europeia). Outra conclusão é a de que é necessário auscultar as pessoas, de fazer o levantamento das necessidades junto de cada comunidade em termos de aproveitamento e de consumo de água, e de tomar decisões em conjunto, enquanto se capacitam as populações. Como bem resumiu a anfitriã e moderadora do evento, Carmen Van-Dúnem dos Santos, reitora da Universidade do Namibe, o objectivo é “andarmos juntos, lado a lado”.

O Fórum visou debater a gestão da água em meio rural, na vertente de tecnologias para utilização no meio agrícola, na segurança hídrica das comunidades rurais e na experiência das organizações da sociedade civil subvencionadas pelo Programa FRESAN. O evento contou com vários intervenientes, desde os parceiros FRESAN aos beneficiários do programa, passando por representantes das autoridades provinciais ou das OSC – Organizações da Sociedade Civil e das ONG – Organizações Não Governamentais.

Carla Maísa Tavares, vice-governadora do Namibe para o sector social, político e económico, declarou que “todas as tecnologias que visam aprovisionar, canalizar e irrigar para atingir uma agricultura sustentável serão bem-vindas”, acrescentando que “as províncias do Sul de Angola abrangidas pelo Programa FRESAN têm um potencial hídrico de grande envergadura que, se for bem gerido”, constituem uma grande oportunidade para transformar a região e “evitarmos a migração desordenada de pessoas e de animais, situação que tem implicações no presente e no futuro, não só do ponto de vista económico como também social: fome, má-nutrição, exclusão escolar, falta de assistência médica, entre outros problemas que enfrentamos actualmente”. 

Miguel Ángel Alonso, especialista em hidrogeologia e consultor, falou sobre os recursos hídricos do sudoeste angolano, referindo que “os recursos superficiais são mínimos”, sendo que a solução nas zonas rurais poderá passar pela gestão da água subterrânea, com furos. E destacou a urgência de formar profissionais nesta área, apelando também para a necessidade de os furos existentes terem de ter uma componente técnica que permita a sua monitorização e acompanhamento. 

A engenheira, mestre em gestão ambiental e docente Jandira Domingos abordou a questão das alterações climáticas na região Sul de Angola, os recursos hídricos, as diferentes soluções (da redução dos gases de estufa à adopção de medidas de mitigação e de adaptação) e tecnologias disponíveis para implementação a um custo reduzido para um melhor aproveitamento do recurso água.

O engenheiro João Salgueiro, consultor e perito em água, apresentou um caso de sucesso: um projecto de dessalinização numa zona remota no sul de Moçambique, implementado há três anos, de grande escala e a custos reduzidos, que foi e está a ser bem recebido pela população local. 

Estes foram alguns dos oradores que partilharam os seus conhecimentos e experiência no âmbito desta questão tão complexa. O 2.º Fórum de Estratégias de Resiliência no Sul de Angola: Gestão da Água em Meio Rural foi ainda pontuado por três painéis de debate, com direito a questões do público na plateia, bem como dos utilizadores online, via a página de Facebook FRESAN (www.facebook.com/fresan.angola). O último painel contou com as intervenções de representantes de ONG e OSC (entre as quais a DW – Development Workshop, a ADPP – Ajuda de Desenvolvimento de Povo para Povo, a World Vision, a ADRA – Acção Para o Desenvolvimento Rural e Ambiente, e a COSPE – Cooperazione Per Lo Sviluppo Dei Paesi Emergenti), que deram a conhecer os projectos que têm estado a implementar no terreno em conjunto com as populações abrangidas pelo Programa FRESAN.

Pode assistir, na íntegra, na página de Facebook FRESAN (em www.facebook.com/fresan.angola), ao 2.º Fórum de Estratégias de Resiliência no Sul de Angola: Gestão da Água em Meio Rural.